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quinta-feira, 22 de março de 2018



Na lixeira desportiva da cofina:
«Pedro Mourão, juiz desembargador que chegou a ser, entre julho e setembro de 2006, presidente da Comissão Disciplinar da Liga de Clubes - o equivalente ao atual CD da FPF -, também teve direito, segundo os emails ontem revelados, a bilhetes em 2013. Na altura, da Luz foi enviado um documento a convidar o antigo responsável para assistir ao jogo com o V. Setúbal, relativo à 17.ª jornada da edição 2012/13 do campeonato. Frisaram os encarnados que o convite era válido para duas pessoas, não tendo sido divulgada a confirmação (ou não) da presença do juiz. Recorde-se que Pedro Mourão se demitiu do CD da Liga na sequência do famoso ‘caso Mateus’, que marcou uma época conturbada no futebol nacional.»

Eu ajudo a lixeira, mostrando uma foto de Pedro Mourão, na tribuna da Luz, acompanhado de Luís Filipe Vieira e Joe Berardo. Aliás, este doutor juiz, como podem ver aquiaqui e aqui, tem um histórico muito curioso...

Em O Jogo:
«A cada jogo na Luz, os responsáveis pelo protocolo lidam, no mínimo, com centenas de convites. Há quem os peça e há quem os receba naturalmente, num processo gerido bilhete a bilhete. Os contactos de possíveis convidados são actualizados frequentemente numa base de dados que vai desde embaixadores e políticos, até... juízes. Em 2011, as moradas de 45 juízes - de direito, conselheiros e desembargadores - constavam dos contactos do Benfica e houve um jogo da época 2011/2012 em que 20 magistrados coincidiram nos camarotes a convite do clube.»

Na lixeira desportiva da cofina:
«O Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ) é dos principais solicitadores de bilhetes para os jogos do Benfica. Ou, pelo menos, era em 2012 e 2013, a avaliar pela extensa lista de emails ontem revelada nas redes sociais. Inclusive, há um email enviado pelo então secretário de Luís Filipe Vieira, Orlando Dias, à responsável pelo protocolo das águias, Ana Paula Godinho, a dar conta de um telefonema do IPDJ, por parte do presidente do organismo, Augusto Baganha, "a interceder dois convites" para o líder do conselho diretivo do Instituto de Segurança Social – na altura, Luís Monteiro.

Os pedidos do IPDJ, como se constata na alegada correspondência divulgada, num total de 16 gigabytes, são vários. Pode ver-se um email em que a secretária do conselho diretivo solicita bilhetes para a diretora do departamento de recursos humanos, financeiros e patrimoniais, Sílvia Alves, extensivo às "duas filhas, ao pai e ao marido", referindo que "são adeptos e que nunca foram ao estádio do Benfica". Na comunicação, acaba por ser citado o então vice-presidente João Bibe [do IPDJ], que "fazia muito gosto que tivessem essa possibilidade, pelo que dois bilhetes não viabiliza esse desejo".

Os pedidos são de vários quadrantes - governantes, autarcas, militares da Brigada de Trânsito... -, mas o IPDJ tem estado na mira de FC Porto e Sporting, por, na ótica de dragões e leões, fechar os olhos à não legalização das claques encarnadas. Ainda esta semana, o diretor de comunicação dos portistas, Francisco J. Marques, questionou a dualidade de critérios do organismo neste tema. No início de época, o instituto anulou a interdição da Luz, após o Benfica ter apresentado um novo regulamento de segurança, como explicaria Baganha, em novembro. E sublinhou que os grupos organizados de adeptos do Benfica "não tem sido um problema para o IPDJ e para a polícia".»

Dou apenas três exemplos, podia dar mais uns quantos, mas com tudo que tem vindo a público, não é preciso fazer um grande esforço para concluirmos que está tudo ligado, não há coincidências neste gigantesco polvo que estende os tentáculos por todos os lados. Quem falou em estado lampiânico, falou muito bem, acertou em cheio.

Luís Filipe Vieira:
«Estamos a ganhar como ninguém, ganhámos o tetra e queremos o penta. As vitórias são por nós, nunca contra ninguém, é essa a diferença, sempre com respeito por todos os clubes que são nossos adversários»
Depois de pôr as garras de fora, dar um murro na mesa e o grito, "acabou a paródia!", a criação do gabinete de crise e não sei quantos processos contra tudo que mexe, este discurso altruista, bonzinho, com fair play e de respeito pelos adversários, surpreendeu a máquina de propaganda vermelha e não só...
Curioso, o director entre aspas do panfleto da queimada, disse que vai esperar para ver se essa estratégia do Vieira bonzinho, é para valer, mas até lá, "nós que sempre estivemos do lado da paz e da inteligência, contra a guerra e a estupidez no futebol, não podemos deixar de elogiar."

Só que depois vemos o Vieira mauzão, a ter destaque de capa e o Vieira bonzinho, sem destaque nenhum. A conclusão é simples, a paz não vende papel e por isso no panfleto da queimada diz-se que se quer a paz, mas na prática fomenta-se a guerra. Sempre ao sabor dos interesses do mesmo, o SLB, clube do regime.
Meus amigos, voltando ao discurso de Vieira, quem não ficou emocionado com as palavras é porque tem um coração de pedra. Eu emocionei-me até às lágrimas. Agora, sim, podemos concluir, Vieira virou um verdadeiro anjinho.

Nota final:
Chama-se Fernando Urbano, embora aqui seja tratado por Baninho, é mais um que no chiqueiro da queimada faz jornalismo de camisola do Benfica vestida, cachecol ao pescoço e bandeira na mão. O rapaz, que subiu no panfleto à custa disso e do mais primário anti-portismo e pintismo, até já assina uma colunazinha e é editor, resolveu hoje falar sobre descentralização no futebol. OK, faz sentido. Mais clubes do interior na primeira liga seria óptimo, como seria óptimo haver representantes do Alentejo, como já aconteceu no passado e também dos Açores, por exemplo. Mas o Baninho tinha de soltar a veia do anti-pintismo e saiu-se com esta verdadeira pérola:
«Volta a discutir-se no país a descentralização. Talvez em 2018 estejamos melhor preparados para um tema tão estruturante do que em 1998, quando a regionalização foi chumbada. Para o NÃO no referendo muito contribuiu a taxa de rejeição que a intervenção do presidente do F.C.Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, provocou nos não portistas, para além de outros medos do caciquismo.»

Não valerá a pena estar aqui e agora a esmiuçar as razões porque o aconteceu o NÃO no referendo. Mas quando este palhaço aponta como uma das razões o facto de um dos mais titulados dirigentes do futebol mundial, o homem que colocou o F.C.Porto nos mais altos patamares do futebol europeu, criou condições para que um clube da segunda cidade de um país centralista, pequeno e pobre, vencesse uma Taça dos Campeões Europeus e uma Champions League, fosse Campeão do Mundo de Clubes por duas vezes, conquistasse uma Taça UEFA e uma Liga Europa, mais uma Supertaça Europeia, ser um dos responsáveis pelo NÃO no referendo, só pode estar a brincar connosco, nem o mais primário dos antis, portismo e pintismo, justificam uma barbaridade destas.
É, no chiqueiro que se transformou A Bola, qualquer chega rebos, se lhe der na telha, até culpa Pinto da Costa de ser responsável pelas alterações climáticas.



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